Escolas no século 21
Enquanto aqui no Brasil a gente ainda tenta tirar um quarto da população do analfabetismo (total ou funcional) e não fixa direito nem a própria história (exemplos aqui ou aqui), vale dar uma olhada na capa da revista Time desta semana. A reportagem, entitulada "Como trazer as escolas para o século 21", fala sobre alguns dos desafios da sociedade norte-americana em relação à educação pública:
- Trazer mais conhecimentos às crianças e aos jovens sobre o resto do mundo, para que o norte-americano possa ter melhores condições de sobreviver em uma economia global;
- Valorizar o pensamento criativo e multidisciplinar;
- Ter maior condição de avaliar a credibilidade de fontes de informação; e
- Desenvolver habilidades de comunicação e trabalho em equipe.
A discussão é boa, e suscita vários pontos de vista. Um, cada vez mais claro para quem de alguma forma ainda está próximo à vida acadêmica, é que a sala de aula está mesmo cada vez mais distante da realidade. Crianças e jovens sofrem para manter a atenção e a concentração com uma didática que parece mesmo ter parado no tempo. Como um professor pode ter mais appeal que um PlayStation? Como uma biblioteca pode ser mais interessante que a Wikipedia?
Por outro lado, também é possível pensar que os criadores da sociedade digital e em rede vieram exatamente desta sociedade de escolas de lápis e papel. Muitas capacidades que os alunos de 50 anos atrás possuíam (hipóteses: capacidade de concentração, compromisso com trabalhos, profundidade de abordagem) se perdem. A mera opinião se torna mais valorosa que a construção de conteúdo. Considere isso sim, caro leitor, como uma auto-crítica a este próprio blog.
Eis então que surge um tema interessante para a pedagogia atual. Como (re)valorizar a experiência do aluno na estrutura atual de ensino sem deixar que a fragmentação e a dispersão pós-modernas transformem a escola em mais um palco para a reificação liberal.
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