Outdoors out e cidadãos in
"Absorvidos pela força avassaladora das imagens (seria interessante somar a metragem quadrada de sua exposição anual numa cidade como São Paulo), arrancados a todo instante da dimensão física de sua existência urbana, os passantes são cada vez menos os habitantes daquela cidade e cada vez mais os consumidores desterritorializados de um universo no qual, como previa Guy Débord, é impossível exilar-se."
Quis dividir o excerto do excelente texto "São Paulo sem outdoors", de Otávio Leonídio. Cidadão, em terra de ninguém, é meramente consumidor. Se não conseguirmos organizar minimamente o espaço público em São Paulo, como vamos organizar a vida pública?
Vale atentar: Leonídio também fala na diferença entre os conceitos de ordenação e banimento. No contexto das Comunicações, seriam equivalentes a regulação e censura. A primeira acontece em democracias maduras, e coaduna com disciplinar a propaganda, como na lei dos outdoors em São Paulo. A segunda é de sociedades atrasadas, como a em que vivemos nas décadas de 60 e 70 no Brasil.
Que estre trauma não nos impeça de entender que a regulação faz bem.
2 comentários:
ja disse uma vez e insisto: Tanta coisa mais séria pra se preocupar.... a favela q vc mesmo citou.. puta problemão meu...
desencana dos outdoors... =]
Bjoka
Insisto neste tema, minha cara, porque ele envolve amadurecimento da noção de cidadania numa cidade cada vez mais individualista. E também de um certo senso de estética, que nos maravilha quando viajamos para uma Amsterdã ou Berlim, e nos deprime quando pousamos em Guarulhos, cercada de favelas. Sim: nossa cidade é feia porque não cuidamos coletivamente dela. E isso também é cidadania.
[]s!
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