Ele está no meio de nós

Talvez, nem para Deus as autoridades brasileiras interditassem ruas. Mas para a comitiva de George W. Bush sim —e no meio da maior cidade do hemisfério sul, que em 2020 terá o 13º maior PIB do mundo. Hoje é o dia. Ele já está entre nós.

O mais cívico e republicano dessa história toda é que a CET (Companhia de Engarrafamento de Tráfego) não informará aos paulistanos quais serão as ruas interditadas. É o "trânsito surpresa". De repente, você estará no viaduto tal, sob esse sol escaldante que anda fazendo, e verá a si mesmo e a todos os seus concidadãos "presos" no trânsito por 1h30 (antecedência exigida pelos norte-americanos).

"Tudo bem", devem ter pensado. "Paulistano já está acostumado". Está? Eu, pelo menos, fico inconformado a cada vez que pego um congestionamento desnecessário, como ontem, quando o desregulado farol entre a Brasil e Brigadeiro transformava as duas vias em verdadeiras "eclusas", em vez de deixar o trânsito fluir.

Tudo isso só faz confirmar a imagem autoritária, antidemocrática e pouco carismática do presidente dos EUA, representado como Hitler em centenas de cartazes espalhados pela cidade.