2 de abr. de 2007

E o capitalismo os levou à estagnação

Ainda era adolescente quando ouvia amigos criados entre o shopping e a balada dizendo que o liberalismo era a única saída. "Que adianta concorrermos com o primeiro mundo", dizia um deles. E viva às privatizações e à "concorrência" —ela podia salvar o que o Estado havia corrompido.

Enquanto isso, em minha cabeça enxergava o capital levando a sociedade para o mesmo ponto em que o Brasil havia chegado, segundo os pequenos neoliberais de Pucci e Armani, por culta do Estado. Concentração, oligopólios, monopólios e por fim a falta completa de inovação —claro, muito bem disfarçada pelo Marketing (que, hoje, aprendi a abominar assim como o Direito).

Um belo exemplo é a indútria da telefonia celular no país. As operadoras vivem no topo do ranking de reclamações no Procom. E agora há um movimento no mercado internacional (uma proposta da Olimpia, empresa da America Móvil, pela Telecom Italia) que pode levar a Claro a comprar a TIM no Brasil. Com isso, teríamos praticamente duas opções no país —Vivo ou Claro+TIM. Eis que ao ler a análise de mercado, deparo-me com a seguinte afirmação:

De qualquer forma, a possibilidade de uma concentração ainda maior no mercado brasileiro é vista como positiva pelos analistas por garantir uma rentabilidade maior para as companhias. "Mesmo para a Vivo, que poderia perder a liderança, o movimenmto seria positivo porque elevaria a rentabilidade de todo o setor", pondera Felipe Cunha, do banco Brascan.

Quer dizer que, agora, a concentração é bem vista? Fala-se em HP (sim, a marca da sua impressora) comprando a Symantec (fabricante do Norton Antivirus) e em uma série de outras fusões no setor de tecnologia. Claro, a rentabilidade fica com o "setor" —leia-se: bancos. Mas e a tal da concorrência que nos salvaria da ineficiência e do "monopólio estatal"? Será, então, que mentiram pra gente?

Um comentário:

Anônimo disse...

Aff, quem é Felipe Cunha???
Não creio que ele ache positivo a concentração...
Que babaca!!! =]